Bem-vindo(a) à incrível Women’s Brick Initiative

Tudo começou com uma simples pergunta: onde é que andam as construtoras LEGO?

A pessoa que fez esta pergunta foi a Alice Finch. Quando era criança brincava com peças LEGO e quando cresceu apaixonou-se pela arquitetura, influenciada também pelo seu pai que construía casas profissionalmente. Como tinha esta paixão, a escolha para o seu projeto de construção LEGO não foi nada surpreendente. Ela escolheu construir nada mais nada menos do que o enorme Castelo de Hogwarts™. Mas mesmo assim foi surpreendida pela escala do castelo.

«Hogwarts foi o primeiro modelo que construi como adulta», diz Alice, «a maior parte das pessoas não começa com um conjunto de 400 000 peças!»

Depois do longo processo de construir Hogwarts exatamente como nos livros, a Alice partilhou as fotos online que conquistaram milhões de visualizações.

Ficou tão popular que foi convidada para mostrar a sua criação em conferências e exposições LEGO nos EUA, onde vive. Foi nestas exposições que ela se apercebeu da problemática.

«Alguns casais chegavam lá, viam a peça e a namorada/parceira/mulher dizia algo como «estás a ver, as mulheres também conseguem construir» ou era o namorado/parceiro/marido que dizia «vês, eu disse-te que as mulheres também construiam».»

A Alice reparou rapidamente em duas coisas: que haviam muitas mulheres a construir sets LEGO, mas que não havia nada que as metesse em contacto, e elas achavam que estavam sozinhas.

Tal como nós, a Alice também acredita que não há nenhum problema que a criatividade não possa resolver, por isso, ela arregaçou as mangas e decidiu que ia resolver este.

Logo depois, foi fundada a Women’s Brick Initiative (WBI). A Alice queria que esta organização criasse uma verdadeira comunidade focada em inspirar, apoiar e incentivar construtoras.

Atualmente, a WBI tem membros em todos os cantos do mundo e a sua comunidade cresce todos os dias. Mas a Alice não fez isto tudo sozinha.

Mudar o mundo através da criatividade

«Sou engenheira e acho que construir com peças LEGO combina bem com esta profissão», diz Megan Lum, uma engenheira bem-sucedida com uma carreira de 20 anos em grandes organizações e uma das líderes da WBI.

A Megan notou no mesmo que a Alice e reparou que este padrão se repetia na sua vida profissional.

«Era muito parecido ao que se passava na engenharia. Apenas 15% dos engenheiros eram mulheres e depois vi que a percentagem era igual nas convenções LEGO.»

A Megan acredita que incentivar a criatividade bem cedo pode resolver este problema e que brincar com sets LEGO pode ajudar a aumentar a representação feminina em profissões nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).

«Quando és pequena, toda a gente te pergunta «o que queres ser quando fores grande?» Se as meninas tivessem mais contacto com jogos que têm engenharia como base, esta profissão talvez fosse uma possibilidade.»

Além de trabalhar para aumentar a representação feminina a vários níveis, a WBI quer criar uma comunidade.

Alice diz: «Estamos focadas em determinar qual a melhor maneira de ajudar as mulheres neste passatempo e, por vezes, basta terem um sítio onde possam expressar-se.»

Normalmente organizam workshops e concursos de construção criados para valorizar a criatividade dos seus membros e para dar um espaço para se juntarem e socializarem.

Estes workshops criativos deram asas a muita gente, principalmente à Kelly Bartlett, um prodígio da construção e membro do WBI. Recentemente, a Kelly ganhou o Lego Art Contest, e o seu trabalho Emergence está neste momento exposto nos escritórios da LEGO na Dinamarca. Ela é professora de biologia e cresceu rodeada de criatividade e sets LEGO.

«Na minha casa não havia preconceitos sexistas em relação aos brinquedos», diz Kelly, «os brinquedos eram para todos e todas, os meus pais não tinham preconceitos. Quando eu brincava com peças LEGO, não brincava a pensar que os sets LEGO City ou LEGO Castle eram para rapazes, brincava apenas, simplesmente.»

Ela acredita que a maneira como desenvolveu a sua carreira deve-se a este incentivo que teve quando era mais nova.

O incrível poder dos passatempos criativos

É importante referir que este tipo de passatempos criativos não servem apenas para desenvolverem competências práticas, também é suposto ser algo divertido. Para a Inez Vasquez, uma advogada das Filipinas e membro da WBI, esta atividade traz-lhe um benefício bem diferente.

«Construo principalmente para relaxar, é que ser advogada é muito stressante!», diz Inez.

A Inez começou a construir sozinha, mas rapidamente encontrou uma comunidade criativa de mulheres com a mesma paixão. Ela fundou o seu Grupo de Utilizadores LEGO, que depois se afiliou à WBI. Este grupo tem crescido imenso.

«É composta por mulheres e aliados. Temos homens e, claro, membros da comunidade LGBTQI+. É aberta a todas e todos que desejam uma comunidade LEGO mais diversificada.

Com todos e todas estou a incluir pessoas de todos os géneros, etnias e idades.

A Patty Sherin usa a criatividade e as peças LEGO no seu trabalho para ajudar os mais velhos e, principalmente, pessoas com demência na sua zona. Ela juntou-se à WBI porque queria pertencer a uma comunidade e incentiva todos os outros adultos que gostam de construir com peças LEGO a fazerem o mesmo.

«É a melhor coisa de sempre», diz Patty, «Digo sempre que toda a gente tem de entrar na comunidade LEGO, porque de certeza que vão encontrar amizades para a vida. É uma comunidade muito bonita.»

Esta comunidade não junta só peças LEGO

A WBI tem como valores principais a criatividade, sentido de comunidade e diversidade. Provavelmente por isto é que têm crescido tanto e tão rapidamente. É que, na Women’s Brick Initiative, há mesmo um lugar para todos, quer sejas mais velho ou mais novo, quer cries as tuas próprias peças, ou construas sets LEGO, independentemente de tudo, a comunidade está lá para apoiar toda a gente.